Açucena

Açucena

domingo, 25 de outubro de 2015

Um poema (Maria G. de Ibanhes


Eram só eu
A lua
Um céu estrelado
O farfalhar do sertão
O calor morno
E a vontade da tua língua na minha
Com gosto de tapioca doce
Os corpos em leve açoite
O vento...
O cheiro de terra molhada
Melhor perfume do sertão
E tu na rede
Deleite da imaginação
Não era sonho
Era aluvião
Inundando os meus desertos
Era uma doida vontade
De te ter à luz do candeeiro
Iluminando meu rosto
Na noite escura
Olhos faiscantes
Mais luzentes que as chamas
E mais brilhantes que as estelas
Era um louco desejo
De sermos um só sertão
E atravessarmos juntos
Todas as travessias
“Riobaldearmos” as ventanias
Engabelarmos juntos os destinos
Mal traçados
Afastarmos qualquer melancolia
Era sou eu te esperando
Trançando sonhos
Costurando memórias
O sertão é vazão de fantasia...

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