Não queira radiografar
Minha alma
Meus olhos não dizem
Mais do que um profundo
E drástico não-dizer
Talvez em cada raio da íris
Se esconda um rio
Um sentimento
Sabe-se lá...
Nem eu sei
Todas as provações das negras nuvens
Por ali se aprofundaram
De modo que a superfície
Nada pode revelar
As alegrias transbordantes
E as serenas perpassam
O infinito do meu olhar
Mas não podem conter
O fluxo de mistério
Entrecortado de crepúsculos
E alvoradas
Entrecortado de crepúsculos
E alvoradas
Não tente entrar nesse poço
Ele apenas te revelará abismos
E labirintos
Não tente decifrar o enigma
Há só, quase visível
Um lance de dados
Mas se jogares
Poderás entrar num torvelinho
Tempestade é coisa certa...