Na errância de um
redemoinho
Corrupiei os mundos mais diversos
Hoje vivo entre a prosa e o verso
Cantando, na diáspora, minha infelicidade
Sou matuta e trago na bagagem
Os amores dos entes que deixei
Não sei mais quem eu sou
Nem minha lei
Misturei meus costumes com os do Outro
Vivo entre o mundo e o Sul
Do Mato Grosso
Sou desterra de corpo, mas não de coração
Vivo de ausências e distâncias
Minha sina nessa vida é vagar
Longe sempre de todos que eu amo
Quando eu chego, nunca é para ficar
No reverso da ida está a volta
Na despedida,
trago presa na retina
A imagem de quem amo
Pra memória não apagar
Sou cigana e meu castigo
É a saudade me matar!