Açucena

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quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Linhas Imaginárias (Maria G. Ibanhes)


As linhas imaginárias
Des limitam minha vontade
Perco o peso e a medida
Dou corda a agilidade
Vou da festa candelária
Às raves de toda a cidade
Monto o vento
Driblo o tempo
Rompo as margens
E as imagens
Corto as linhas
Faço voos e acrobacias
Desdigo as entrelinhas
Dou asas as fantasias
Atravesso quaisquer fronteiras
Surrupio o teu sotaque
Corrupio ruas e feiras
Compartilho o meu conhaque
Convivo com todas raças
Jogo limpo não tem trapaças
Rezo pra todos os santos
Em mim não pega quebranto
Pois creio em todos credos
No mundo eu me degredo
Assimilo várias culturas
Não ando com armaduras
Dou e recebo influências
Navego nas confluências
Dos mares a os sertões
Passo de pontes a grotões
Nenhuma barreira me barra
Sou livre como a garça
Tenho asas e imaginação
O mundo é minha nação
Nasci sem eira nem beira
Mas vivo no sem-fronteira
Só o que me prende é a paixão
Em mim, manda meu coração