A
vida me espreita! Sinto um silêncio que quer me dizer coisas... “Um sussurro
sem som onde a gente lembra do que nunca soube”, e talvez de coisas que não
queira lembrar ou ouvir. É terrível ser espreitado. Mais terrível é sentir a
iminência de algo que está por vir. Eu cantarolo uma canção que fala de flores.
As flores podem ser um talismã. Nada deveria afetar os que amam com a alma.
Nada deveria tirar a paz dos que colocam o amor acima de tudo.
O
dia está quente e pede uma atitude de lagartixa. Uma calma falsa para tudo em
minha volta. Um turbilhão de pensamentos povoa minha cabeça em contraste com a
paradeira do mundo. Nuvens carregadas denunciam que toda essa lentidão morna,
esse estado de imobilidade é passageiro.
Rezo
para Santa Bárbara. Quem sabe ela aplaque a tempestade que dentro de mim se
instala. Que venha o céu abaixo! Mas, no meu peito, que se faça a calmaria. Que
habite em mim aquelas certezas que geram a tranquilidade do coração e da alma!
Estou só.