Açucena

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sábado, 30 de novembro de 2013

Voo pro nada (Maria Ibanhes)


Deixa, deixa-me passarinhar
Perdida nas nuvens
Lugar de poeta é bem longe do chão
Tenho pés flutuantes e asas
No coração
Fujo da feiura do mundo
E faço bordados com a imaginação
Deixa, deixa-me escavar a terra
Suspensa por teias e desminhocar
O bonito enterrado no solo
Meus voares têm acompanhamento de borboletas
E tocam o infinito
Mas, no mar, também dou minhas rasantes
Troco canções com peixes
Cinzas e coloridos
Se você quiser, tente ser passarinho
E vamos desbravar os deslimites do nada!
Eu tenho coleções de asas para voar... 



 Mulher Pássaro. Fabelo - Desenho. Nanquim sobre papel ([s.d.