Açucena

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quinta-feira, 6 de setembro de 2012

JOGO DE ESPELHOS (Mary Ibanhes)

Memória: espelhos rotos
E desconexos sabotam as formas...
Há, em mim, guardados,
Relíquias e escombros

Decalques e sombras -
Caos de sonhos e de dores

Vivências e saudades...
Retratos desbotados e sorrisos amarelos...
Mas, nem por isso, menos sinceros!
Amontoado de imagens..
Hora, calmas, hora, delirantes...
Se, como Funes, pudesse agarrar
Todas as quimeras, todos os instantes...
Se retroagissem todos os teus sorrisos
E carícias, e ardores, e delícias
Tudo de ti passado comigo viesse juntar-se
Ao líquido presente... Tudo de ti
Nunca borrasse no jogo de espelhos
Tudo de ti fosse sempre luz!!!
Memória é parte do que sou.
O resto é esquecimento – mas esse não pode contar...
Ou não sabe capturar o fio da meada – Sei lá...
Que importa! Conjugo você no passado, presente e futuro
Já te prendi longe das armadilhas dos espelhos
Pra sempre – na límpida memória!!!