Açucena

Açucena

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Um canto de saudade (Maria Ibanhes)


Hoje meu canto é de saudade
Lembro a felicidade
Que você dá pra mim
Olho as estrelas errantes
O luar atrás dos montes
Ouço o som de um bandolim
Terra seca no escuro da noite
Clama chuva e o vento é açoite
Como a terra eu chamo por ti
Canta triste a coruja e parece sentir
A tristeza que brota espinhando
Minha alma cortando
De esperar por ti
O meu corpo de pedras revesti
Inútil artifício! Meu coração canta aboio
De vaqueiro, é o mugido das reis
Com fome, chamando por ti
Que caminhas em terras ciganas
E os dias todos adiáveis
Prolongam a espera
Esquecem a primavera
E você, tal chuva no sertão
Parece não querer  vir
Meu pranto molha a tatarena
E se a rima é feia para o sertão, então
Mais que ligeiro ela há de florir
Aí a rima se ajeita, você chega e volto a sorrir...