Açucena

Açucena

domingo, 29 de abril de 2012

Natureza Morta (By: Mary Ibanhes)

Chora a mata verdejante,
Gotas quentes de orvalho,
Gotas triste, tão tristes...
Olhar nebuloso
Olha o fogo,
Olha a motoserra
Estremece desamparada.
Medo, o homem mata,
O homem trai a vida...
A mata morre!
Não tem freio:
O fogo,
A motoserra.
É horrível morrer assim,
Sem que Deus queira.
Olha o barulho alucinante...
É muito quente, queima, queima...
É sim a motoserra,
O fogo.
Impiedosa, serra, serra.
Tomba mais um imponente
Mogno,
Seringueira, Suas famílias em extinção
Que dor! Ai, ai... Dói...
Dói profundamente
O estalido do fogo!
Escuta a motoserra.
Cai uma, bum... outra,
Tantas e tantas...
O exterminador da vida:
O homem!
As armas:
O fogo,
A motoserra!
Mata impunemente o homem,
Morre impune a verdejante mata.
O homem tosse, tosse...
Seus pulmões sufocam.
Respira carbono.
Louco procura, procura...
Oxigênio!!!

sábado, 28 de abril de 2012

O Circo (By: Mary Ibanhes)

O Circo (By: Mary Ibanhes)

Papai me levava ao circo
Eu me coloria de cores de:
Palhaços, malabaristas,
Equilibristas e domadores
Domadora eu sonhei um dia ser
Para domar as feras dentro de mim.
Não domei nada. Sou um animal selvagem!

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Às vezes...

"Às vezes, eu choro olhando estrelas e bebendo a luz do luar. Às vezes, eu choro admirando o arco-íris e a íris do teu olhar. Às vezes, eu choro lendo versos e desenhando roseirais... Às vezes, eu choro dançando uma valsa ou escutando madrigais...Às vezes, eu choro com o sorriso de uma criança, lembrando a minha infância e 'os tempos que não voltam mais...'"

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Medidas de Concentração (By: Mary Ibanhes)

Solução diluída
Eu concentrada
Teu corpo soluto
Medido em gramas
Meu corpo solvente
Tua boca envolvente
Solução ardente
Meu ventre...

domingo, 15 de abril de 2012

Barco de borboletas (By: Mary Ibanhes)

As velas do meu barco

São de asas de borboletas

São coloridas: rosas, verdes

Azuis, vermelhas e violetas...

E provocam sonhos ao vento

Eu navego sem contratempo

É mágico meu navegar

Nas  ondas vou viajar

 Teu  coração alcançar...

Tua doce boca beijar

Depois, te levo  para o  mar

Amar, amar, amar

O meu barco está

Cheio de borboletas!!!

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Divisão das águas (By: Mary Ibanhes)

No liquído instante,

A solidão me abraçou

Eu e  minha alma.

O   meu coração sangrou

Vertiginosamente em lágrimas

As mágoas pularam

Eram lambaris doentes

Mas velozes

Eram só eu e o mundo

E aquele rio sem fim

Borbotando tristeza

Na distância entre as margens!

À margem direita,

Estavam tu e teus olhos

Direcionados para  cacimbas

Mortas, no teu desejo de as ressuscitar

À margem esquerda,

Estavam eu e o abismo

Das corredeiras que miravam

A minha ausência

Do teu olhar

Não havia caminhos

Para mim...

Mas o mar estava logo adiante...