Açucena

Açucena

quinta-feira, 5 de junho de 2014

“Pra não dizer que não falei das caçimbas” (By Mary Ibanhes)


De vivos, só há  
Eu e aquela caçimba
No meio daquele rio sem fim
Seco, arenoso e  morto
O resto são ossadas de bichos
E no infinito, nenhuma promessa
O excesso de luz promete  trevas
A  água da caçimba é salobra
De verde, só existem meus olhos
E  minha esperança
De seguir  “rio abaixo”
E  encontrar o mar
Mas o mar não é solução
Que dissolve angústias de sertanejo
No coração aquele aperto
De quem  sabe que o fim virá
Mas do fundo da alma
Nasce  uma oração
 E se não é miragem
Fotografada pelo meu olhar
 Miro uma revoada de asas brancas
Voltando para o sertão
Talvez a chuva venha
E minhas lágrimas também
Molhando as securas da terra e dos amores perdidos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário