Eu escrevo mesmo
É pra fugir desse DESLOCAMENTO todo!
Os espinhos dos cactos são mais atraentes
Do que certas roseiras esquálidas que cruzam o meu
caminho.
Tenho coceiras delas! Eu – fora de loco total!
Meu pensamento alcança longas distâncias...
E eu sinto: o cheiro de minha terra, o calor
E as boiadas barulhentas, tocando seus chocalhos
O toque do chocalho é uma canção
Acompanhando o aboio do vaqueiro
Ela evoca mitos do sertão
Lampião risca peixeira na pedra
E Corisco apanha relâmpago e abraça trovão
Maria costura estrelas num certo gibão
Enquanto “aquela” pesca o peixe que é dado na mão
E a outra Maria fia uma história
Com fios de sangue do seu coração
Tão inadequada! Por que não faz uma oração?
Eu prefiro retirar a rima e convidar as Marias
Pra, num desafio, dançar um xaxado no meio do sertão
Quero ver quem ganha o bailado, quem toca o roçado
Quem ama com tanta emoção...
Quem chama um “repente” e empresta luz para a
CRIAÇÃO.
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