Açucena

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domingo, 29 de abril de 2012

Natureza Morta (By: Mary Ibanhes)

Chora a mata verdejante,
Gotas quentes de orvalho,
Gotas triste, tão tristes...
Olhar nebuloso
Olha o fogo,
Olha a motoserra
Estremece desamparada.
Medo, o homem mata,
O homem trai a vida...
A mata morre!
Não tem freio:
O fogo,
A motoserra.
É horrível morrer assim,
Sem que Deus queira.
Olha o barulho alucinante...
É muito quente, queima, queima...
É sim a motoserra,
O fogo.
Impiedosa, serra, serra.
Tomba mais um imponente
Mogno,
Seringueira, Suas famílias em extinção
Que dor! Ai, ai... Dói...
Dói profundamente
O estalido do fogo!
Escuta a motoserra.
Cai uma, bum... outra,
Tantas e tantas...
O exterminador da vida:
O homem!
As armas:
O fogo,
A motoserra!
Mata impunemente o homem,
Morre impune a verdejante mata.
O homem tosse, tosse...
Seus pulmões sufocam.
Respira carbono.
Louco procura, procura...
Oxigênio!!!

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