Açucena

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domingo, 12 de dezembro de 2010

A POESIA É INIMIGA DA IMPERFEIÇÃO?

A poesia é inimiga da imperfeição - Ou não? Não sei! Sei apenas que, há horas, estou aqui tentando engrenar uns versos e, nada... O calor insuportável e a vizinha da frente grita como uma gralha desesperada! A situação não favorece. Só consigo ficar com os grito ecoando na minha cabeça: "guria idiota!" "E agora vai comer o quê?" "Você não ajuda em nada!" "Vou entregá-la para o seu pai!"
Depois de toda essa gritaria, escuto um barulho de faca sendo amolada. Meu Deus, será que ela vao imolar a menina? Sou exagerada! Acho que ela, a vizinha, vai apenas fazer um outro almoço. Fico curiosa para saber o que aconteceu com o anterior. Será que a menina deixou queimar? Derramou toda a comida? Sei não... A única coisa que sei é que não consegui engendrar um único verso. A irritação tomou conta de mim. Não porque a mulher estivesse berrando com as crianças. Entendo que, às vezes, elas, realmente, podem nos tirar do sério. Ah, se podem... Mas sim pela interferência no silêncio do meu domingo, na magia da minha imaginação e em minha não-concentração - É, pois se eu estivesse bem concentrada nada seria capaz de me tirar do foco.
Dessa forma, esse blog, que passei um tempão tentando criar, já nasce avesso ao seu fim, ou seja, postar meus versos enviesados, atravessados e desorientados como eu mesma sou! A culpa é minha por ser tão desconcentrada, mas não vou eximir a culpa da gralhavizinha, pois ela desestabilizou o meu silêncio - Meu silêncio imaginativo! Ela me pertubou com seu cotidiano doméstico, familiar... Lembrou-me da minha solidão. Eu desisti de inventar versos, nessas circunstâncias, pois poderia surgir um monstro ácido. E eu, hoje, quero um poema alegre, de bem com a vida, apesar de todos os pesares que ela nos dá - Eu resolvi ser feliz, à revelia, de todos os desabores - Minha vocação é colocar um toque doce em todos os amargores.
Se, a maioria da vezes, escrevo ocre-cinza-preto, deixo minha acidez nos versos e alargo o sorriso para não manchar meu derredor de tristeza. Mas hoje, não! Hoje, não aceito sequer um verso triste - Hoje eu quero lembrar que antes de toda a algazarra da vizinha, eu estava pensandp na felicidade que me espreita e está bem próxima - Eu estava programando minha semana FELIZ e queria fazer versos que demonstrassem meu estado de espírito - Quem ama nunca está só! Mas a gralha me pontuou com uma interrogação. Por isso, declaro que, minha poesia não está apta a lidar com a imperfeição porque, mesmo para ficar triste, é preciso estar por inteiro - Na perfeição da tristeza - E eu não fiquei triste por completo - A minha expectativa de felicidade borrou a tristeza momentânea e impossibilitou a poesia, que ela fosse alegre ou triste!
rascunho

Um comentário:

  1. Seu Blog é novinho menina o meu também li a tua crônica e me vi nela também principalmente quando voce fala que: Demorou horas para faze-lo. rs rs
    Eu também demorei...Tem uma, embora que eu ache que essa coisa de blogpost seja uma coisa mais assim; como que [só]. Mas, que por outro lado, tem a nossa cara. O seu esta ótimo gostei sim, viu Mary. Parabéns há e eu voltarei mais vezes... bjuss carinhosos, até mais...

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